domingo, 8 de julho de 2007

Sevilha: Tomando horchata de chufa na Atocha.

Dia 08:

Acordamos cedo, fomos para o Museu Reina Sofia. Miró, Dali, Picasso...GUERNICA!


Guernica


Impressionante este quadro. Fomos para a Atocha, estação de trem. Na frente tinha o rei dos calamares (lula) e experimentei uma bebida que até agora não faço idéia do que seja: Horchata! Quando perguntei que diacho era aquilo o espanhol me respondeu frio e seco: “é de chufa!!. Ahhhhhhh.... claro. Tive que esperar chegar no Brasil para descobrir o que era aquele negócio esquisito mas bom. O trem era rápido mesmo. A viagem até Sevilha era igualzinha Ctba X Sampa, mas ela só durou duas horas.


Estación da Atocha

A mãe, desde o Reina Sofia estava reclamando de uma dor nas costas tipo ciático... O estranho que com os exercícios para ciático ela parecia estar piorando. Sevilha era uma Cuiabá ibérica: 45graus! Corremos numa “casa china” e fizemos a festa: blusa, calça, cortador de unha, chinelo... Tudo o que a gente tinha direito. Ah, e finalmente presenciamos a tal da SIESTA! As lojas fechando na hora do almoço e reabrindo as 3 da tarde! Um sarro... Fomos para a praça principal (começamos a ver que a grosseria do espanhol não tem limite. A Aurinha foi pedir informação para um bigodudo no ônibus e o cara fingiu que simplesmente não era com ele!), que tem o real alcazar, a “dona” Giralda e o parque Maria Luíza. Nesse fomos de charrete...


Plaza da Espanha


Catedral de sevilla: Giralda

Em sevilla tem a torre del oro, que era o lugar em que os navegantes guardavam o ouro recolhido... NAS AMÉRICAS! Ahááá´! Descobri onde que eles guardavam a sacanagem toda!


Torre del Oro

Fomos comer (paella de novo) mas a mãe travou de vez. Chamamos um táxi e corremos pro hotel. O taxista malandro se fez de sonso e cobrou duas vezes a corrida... Eu fui pra uma farmácia comprar um analgésico que no final das contas não serviu pra nada.

Dia 09:

Aurinha ligou pra Aerolíneas e aí eles não sabiam mais nada da mala. A mãe travou de vez. Levamos café na cama pra ela, Aurinha levou no pronto socorro. Na real ela nem examinou a mãe direito, mas deu uma baita de uma injeção que melhorou as dores. Tive cólica e fiquei dormindo no hotel. Descobrimos um esquema de menu fixo (menu do dia) e pegamos o busão mágico de Sevilha. Descemos em Triana, um bairro lindo cheio de becos malucos como”a calle das inquisiciones”... Fomos num bar chamado carbonaria, vimos uma apresentação de flamenco.

Dia 10:

Nos empapuçamos, fomos no real alcazar, o nosso ouro que não ficou na torre Del oro foi pra lá. Foi lá que o rei da Espanha casou com a rainha de Portugal, e todo aquele rolo, tratado de Tordesilhas, companhias das índias, descobrimento do Brasil... sabe essa baboseira. Então. Foi tudo decidido lá.




Real Alcazar


Real Alcazar por dentro



Entramos na Giralda, o colombo tá enterrado lá. Tomamos um sorvetinho bacana, mas quase perdemos o trem. Conhecemos uma brasileira que nos fez desistir de investir em Málaga.



Retrato de Andaluzia

Estatura pequena e nítida
das cidades de onde ela era:
daquele justo para o abraço
que é de Cádiz, onde nascera,
e de Sevilha, onde vivia
e se dizia, mas não era:
cidades que ainda se podem
abraçar de uma vez, completas,
e que dão certo estar-se dentro,
àquele que as habita ou versa,
a entrega inteira, feminina,
e sensual ou sexual, de sesta.

João Cabral de Mello Neto
(Museu de Tudo, 1966/1974)

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